Com a aproximação da data da independência, as minorias hindus e muçulmanas instaladas em território adverso procuraram alcançar a segurança dos futuros Índia e Paquistão. Cerca de 11 milhões de pessoas abandonaram seus lares e mais 1 milhão pereceu chacinado por turbas fanáticas de ambas as religiões. Não obstante, permaneceram na Índia importantes grupos muçulmanos, geralmente ligados ao comércio, os quais não se mostravam dispostos a abandonar a vida que haviam construído.
Os príncipes indianos, pressionados a optar pela incorporação a um ou outro Estado, fizeram-no de acordo com sua orientação religiosa. Dois principados muçulmanos situados dentro da Índia tentaram preservar sua autonomia, mas foram invadidos pelo recém-criado Exército Indiano. O governo da Índia independente, de tendência fortemente centralista, não toleraria enclaves que pudessem estimular o separatismo das minorias.
E aí começou o problema da Caxemira. Essa vasta região montanhosa, situada no extremo norte da Índia Britânica, tem uma importantíssima posição estratégica entre o Afeganistão e o Tibete (que a China conquistaria em 1951); além disso, como fica muito perto do Tadjiquistão (então parte da União Soviética), ganhava especial relevância no contexto da Guerra Fria. Durante o domínio inglês, o Estado de Jammu e Caxemira foi governado por marajás hindus; mas 80% de seus habitantes eram muçulmanos.
Uma nova guerra entre Índia e Paquistão, travada em 1965, não modificou o status quo. Atualmente, um movimento terrorista e guerrilheiro apoiado pelo Paquistão opera na Caxemira Indiana, mas vem enfrentando uma dura repressão por parte da Índia. Esta receia que eventuais concessões aos rebeldes possam estimular o separatismo dos sikhs, que são majoritários na região do Punjab, ao sul da Caxemira.
É importante salientar que a guerra de independência da Caxemira (apoiada pelo Paquistão) se deu durante o período da guerra fria, com o Paquistão recebendo apoio dos EUA e a Índia da URSS e a região da Caxemira possuía uma posição estratégica. Desta forma, o terreno ficou extremamente propício para que os países iniciassem os testes para produção de armas nucleares visto que tanto os EUA quanto a URSS não gostavam nenhum pouco da idéia de a China Popular ser a única potência em tecnologia nuclear na Ásia. Assim, a Índia realizou seu primeiro teste com uma arma nuclear em 1974 e o Paquistão em 1998 pondo à baixo todas as esperanças de um final para este conflito.
Em março de 1998, o partido nacionalista Bharatiya Janata (BJP) venceu as eleições e assumiu o poder na Índia, com o propósito declarado de “governar para os hindus”. Em maio de 1999, a Índia realizou cinco testes nucleares no Deserto de Rajastã, junto à fronteira com o Paquistão. Este, em julho, fez seis testes semelhantes nas proximidades dos limites com o Irã – fora do raio de ação de um possível ataque de mísseis indianos.
Temos portanto dois países do Terceiro Mundo, governados por políticos nacionalistas, que são possuidores de tecnologia nuclear para fins bélicos. A Índia, apesar da miséria da maioria de sua população – que atingiu, em 1999, a marca de 1 bilhão de habitantes —, é o maior “exportador de cérebros” do mundo, coloca satélites em órbita com know-how próprio e tem submarinos atômicos. O Paquistão, militarmente mais fraco, conta com um exército bastante combativo, dispõe de mísseis com alcance maior que os da Índia e, em caso de conflito, pode vir a receber apoio de outros países muçulmanos. Obviamente, tais circunstâncias agravam a instabilidade da região.
Durante a maior parte de sua história como Estado independente, o Paquistão tem sido governado por generais tirânicos e corruptos – o que o deixou mais ou menos à margem da comunidade internacional. Todavia, com o atentado terrorista sofrido pelos Estados Unidos em setembro de 2001, o Paquistão tornou-se essencial para o projeto norte-americano de atacar os supostos esconderijos inimigos no Afeganistão. Essa nova situação já levou o FMI a conceder um generoso empréstimo ao governo paquistanês.
Fevereiro de 2010 - Índia e Paquistão retomam negociações sobre a Caxemira (BBC Brasil)
A Índia e o Paquistão realizaram a primeira reunião formal para negociar a questão da Caxemira desde os ataques contra cidade indiana de Mumbai em novembro de 2008, que deixaram 173 mortos.
A secretária indiana Nirupama Rao encontrou o
colega paquistanês Bashir
A reunião na capital indiana, Nova Délhi, é a primeira entre os dois países em 15 meses. A tensão entre Índia e Paquistão – que já se enfrentaram em duas guerras – voltou a crescer depois dos ataques em Mumbai. A Índia alegou que militantes baseados no Paquistão do grupo militante clandestino Lashkar-e-Taiba foram responsáveis pelos ataques. Logo depois do atentado em Mumbai, o Paquistão negou qualquer responsabilidade, mas depois admitiu que os ataques teriam sido parcialmente planejados em seu território.
A secretária indiana do Exterior, Nirupama Rao, afirmou que foram dados "os primeiros passos" para reconstruir a confiança entre os dois países, depois da reunião na capital indiana, Nova Délhi, com seu colega paquistanês Salman Bashir. Mas, Rao disse a Bashir que o Paquistão precisa se empenhar mais para acabar com as redes de militantes islâmicos em seu território. "Concordamos em manter contato", afirmou a secretária depois da reunião, sem esclarecer se vai haver outra rodada de negociações.
Pressão
Segundo analistas, as negociações de paz entre os dois países foram retomadas apenas devido à pressão dos Estados Unidos e, por isso, poucos esperam grandes mudanças.
A secretária do Exterior indiana afirmou que seu país encara as negociações com a "mente aberta, totalmente consciente da falta de confiança entre os dois países". Nirupama Rao afirmou que as negociações foram “sinceras” e que houve “boa química entre as duas delegações”. Disse ainda que o Paquistão quer retomar o diálogo sobre várias questões importantes, mas a Índia sentiu que ainda não é o momento certo para isso, pois “o clima de confiança ainda precisa ser reestabelecido”.
O secretário do Exterior paquistanês, Salman Bashir, dará uma entrevista coletiva em Nova Délhi ainda nesta quinta-feira. Bashir disse a jornalistas, ao chegar na capital indiana, achar "bom voltar". "Vim para diminuir as diferenças (entre os dois países) e espero um resultado positivo", afirmou.
Décadas de hostilidade
Na véspera das negociações, os dois países trocaram acusações a respeito da Caxemira. Guardas indianos na fronteira do território afirmaram que foram disparados tiros contra eles, vindos do lado paquistanês, na quarta-feira. O governo do Paquistão nega as acusações. Os disparos ocorreram teriam ocorrido na área de Samba, área da Caxemira administrada pela Índia.
A questão da Caxemira é o pivô de décadas de hostilidade entre a Índia e o Paquistão e também a causa de duas das três guerras entre os dois países, desde a independência paquistanesa, declarada em 1947. Milhares de soldados indianos enfrentam os insurgentes separatistas há duas décadas na região. E uma série de confrontos continuam ocorrendo a chamada Linha de Controle, que separa as áreas da Caxemira administradas pela Índia e pelo Paquistão.
A Índia informou que neste mês (fevereiro 2010) três de seus soldados foram mortos em confronto com militantes a norte de Srinagar. Autoridades informaram que pelo menos dois militantes também foram mortos. Este é o maior número de mortos registrado este ano entre as forças indianas em operação na região.
EXERCÍCIOS DA CAXEMIRA
01 - (UENP) Analise as
assertivas abaixo referentes à Caxemira.
I. A Caxemira é uma
região disputada tanto pela Índia quanto pelo Paquistão, em
virtude de localizaremse, nessa área, as nascentes dos rios Indo e
Ganges, além de outras razões.
II. Índia e Paquistão
travaram três guerras desde a independência da Inglaterra, em 1947.
Duas delas foram por disputas da Caxemira.
III. A Índia controla
40% da Caxemira; o Paquistão, um terço; a China, o resto.
IV. Os muçulmanos são
maioria na região e há 12 anos eles começaram a lutar pelo
separatismo, num conflito que já matou mais de 33 mil pessoas. O
Paquistão propõe um plebiscito para definir o futuro da área. A
Índia prefere a mediação internacional.
Estão corretas:
a) todas as assertivas
b) apenas I e II
c) apenas II e III
d) apenas III e IV
e) apenas I e IV
02 -(UNEAL) A Caxemira
é um dos focos de conflito na atualidade. Ela é o pivô de uma
disputa entre os seguintes países:
a) China e Índia.
b) Paquistão e China.
c) Paquistão e Índia.
d) Índia, Paquistão e
Afeganistão.
e) China, Índia e
Paquistão.
03 - (Mack-2004) Com
relação à disputa pela Caxemira, entre Índia e Paquistão, que
segue sem solução, considere as afirmações abaixo.
I. A origem desse
conflito deve-se à implantação de fronteiras inteiramente
artificiais, desenhadas pelos
britânicos em sua fase
imperialista do século XIX.
II. Facções
fundamentalistas islâmicas, que são maioria no território indiano,
desafiam os dirigentes paquistaneses, alinhados com os E.U.A. e as
potências européias.
III. Bangladesh,
ex-Paquistão Oriental, apóia integralmente o Paquistão, já que a
Índia busca também anexar essa região ao seu território, em
virtude da unidade religiosa de ambos.
IV. O mundo teme a
ofensiva da Índia na conquista da área em disputa, uma vez que o
poderio bélico nuclear hindu é único na região e poderia
destroçar as forças paquistanesas.
Então:
a) apenas I e II estão
corretas.
b) apenas II e III
estão corretas.
c) apenas II está
correta.
d) apenas I está
correta.
e) apenas II e IV estão
corretas
04 - (Cesgranrio-1998)
Entre a Índia e o Paquistão existem diferenças marcantes, que
alimentam conflitos territoriais há décadas como, por exemplo, a
disputa pela região da Cachemira. Uma diferença básica entre
aqueles dois países, geradora de forte tensão social, é o(a):
A) avanço do programa
nuclear paquistanês bem à frente do indiano.
B) processo de
colonização: europeu, na Índia e asiático, no Paquistão.
C) processo de
urbanização mais organizado no Paquistão do que na Índia.
D) maioria da população
muçulmana, no Paquistão, e hindu, na Índia.
E) condição da Índia
como país central, e do Paquistão como periférico.
05 - (UFSCar-2005)
Entre os diversos confrontos civis e militares existentes no mundo
atual, o conflito pela posse sobre o território da Caxemira merece
destaque, por envolver países importantes da Ásia. Sobre esse
território, apresentam-se as quatro afirmações seguintes.
I. A Caxemira é uma
região dividida e com o território sob o controle de três países:
Paquistão, Índia e China.
II. Ao contrário do
restante da Índia, cuja maioria é hinduísta, a Caxemira indiana
tem maioria islâmica, tal
qual o Paquistão.
III. A ocupação da
Caxemira do leste pela China uniu os exércitos do Paquistão e da
Índia na luta pela retomada do território ocupado.
IV. O conflito envolve
países detentores de explosivos atômicos em seus arsenais.
É correto o que se
afirma em
A) I e III, apenas.
B) II e IV, apenas.
C) I, II e IV, apenas.
D) II, III e IV,
apenas.
E) I, II, III e IV.
06 - (Vunesp-1999)No
primeiro semestre de 1998, os países assinalados no mapa com os
números 1 e 2 surpreenderam o mundo com testes nucleares,
reacendendo o debate sobre a questão nuclear.
Assinale a alternativa
que apresenta, na ordem crescente dos números, os nomes destes dois
países:
a) Tailândia e Índia.
b) Índia e Irã.
c) Paquistão e Índia.
d) Nepal e Paquistão.
e) Irã e Paquistão.
07 - (VUNESP-2006)
País localizado na Ásia das Monções, mais especificamente no Sul
Asiático, caracteriza-se por ser o maior produtor agrícola da área,
mas, ainda assim, tem que importar alimentos devido a sua numerosa
população. Atualmente observa-se nesse país um elevado crescimento
industrial, investimentos na educação e em tecnologias avançadas;
é considerado uma das futuras potências mundiais, embora apresente
desigualdades sócio-econômicas internas.
O país citado no texto
e destacado no mapa é:
A) Nepal.
B) China.
C) Índia.
D) Bangladesh.
E) Indonésia.
8 ano
ResponderExcluirMatheus, Layza e Murillo
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ResponderExcluirLuiz Filipe Soares Araujo
ResponderExcluir9ºAno
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Eduardo Nascimento - 9º Ano
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Mikesia - 9 ano A
Adenlsoin 9°ano
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ADENILSON 9°ano
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Maria julia 9ano A
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8°ANO: Alexsander e Davi
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Julia B 9 ano A
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ResponderExcluirPedro,Yaggo
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Livia Demuner 9° ano A matutino
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Emilly Fadini e Maria Eduarda - 9° ano
LUIZA 9 ANO
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RAYSSA 9 ANO A
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ResponderExcluirAriele e vitor
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Evelyn- 9°Ano A
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EDWARD DIORLY 9° ANO A